Educação Azul: uma Iniciativa Transformadora
A Educação Azul, uma política pública inovadora no Brasil, visa integrar o estudo da cultura oceânica ao currículo do ensino médio. A iniciativa foi oficialmente apresentada nesta segunda-feira (15) pela Secretaria de Educação da Bahia, durante um evento realizado na UNEB, no Hotel Fiesta, em Salvador. Uma das principais novidades do evento foi a plataforma gamificada OceanVerse, criada por Daniel Rode, um estudante de 19 anos e recém-formado em Informática pelo CEEPTIC, em Lauro de Freitas. Com lançamento previsto para 2026, a OceanVerse promete ser uma ferramenta interativa e envolvente, direcionada a estudantes e educadores, com o objetivo de aprofundar o aprendizado sobre a cultura oceânica e promover a popularização do tema.
“A ideia surgiu ao perceber que, por viver em uma região de manguezais, muitas pessoas não tinham noção desse ecossistema. Quando compartilhei fotos do manguezal com meus colegas, muitos não sabiam do que se tratava. Isso me levou a pesquisar mais sobre o tema e a desenvolver uma plataforma semelhante ao Kahoot ou ao Duolingo, usando sugestões dos professores sobre como abordar esse conteúdo. Minha participação em ações de limpeza e replantio com o coletivo Rede Biomangue, além de cursos sobre sustentabilidade e mudanças climáticas e uma iniciação científica na Universidade Federal da Bahia (UFBA), foram fundamentais para consolidar essa ideia. Também participei do desafio da NASA, onde pude aplicar tudo que aprendi na escola e fora dela”, relata Daniel.
Mentoria e Impacto Social
Mauro San, mentor de Daniel no NASA Space Apps Challenge 2025, um hackathon colaborativo onde equipes globais utilizam dados abertos da NASA para criar soluções inovadoras, destaca que o projeto se destacou pela clareza de propósito e pela ambição de integrar educação oceânica, sustentabilidade e tecnologia imersiva. “A Educação Azul se estabelece como uma política pública com potencial formativo e transformador. A proposta amplia a compreensão dos estudantes sobre os oceanos, promovendo valores como sustentabilidade, responsabilidade socioambiental e protagonismo juvenil”, afirma San.
Daniel, que reside em Buraquinho, Lauro de Freitas, desenvolveu seu projeto a partir de experiências pessoais. A OceanVerse utiliza realidade virtual para expandir a compreensão sobre os oceanos, abordando seus impactos no clima, na biodiversidade e na vida humana. Com isso, a plataforma reforça o papel da educação na conservação dos oceanos, na sustentabilidade e na justiça socioambiental. A OceanVerse é um exemplo notável de inovação pedagógica, criada com a missão de democratizar o acesso à ciência e transformar a ciência cidadã em uma política pública acessível para todos.
O Papel da Educação na Transformação
Fabíola Botelho, professora de biologia do CEEPTIC e incentivadora do projeto de Daniel, conta sobre sua contribuição para a iniciativa. “Quando Daniel chegou até mim, seu projeto já estava bem estruturado, mas a partir de nossas conversas e provocações, ele conseguiu aprimorar suas ideias, como a inclusão de um sistema de recompensas para os usuários que completam atividades na plataforma. Meu papel foi também fortalecer sua autoestima e ajudá-lo a perceber o potencial do seu trabalho”, explica Fabíola.
Com um olhar voltado para o futuro, Daniel revela que sonha em estudar Engenharia Ambiental e Ciências Biológicas. Sua principal meta é integrar a OceanVerse nas escolas, tornando-a uma ferramenta educativa que amplie o conhecimento sobre manguezais, cultura oceânica e ciência cidadã, consolidando seu projeto como uma política pública de relevância.
