Investimentos Significativos para a Indústria Naval
A Petrobras anunciou um investimento de R$ 2,6 bilhões para revitalizar a indústria naval na Bahia, com a construção de seis embarcações de apoio marítimo offshore. Essas embarcações serão fabricadas no estaleiro Enseada, localizado em Maragogipe, a aproximadamente 130 quilômetros de Salvador. O anúncio ocorreu em um evento que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do governador Jerônimo Rodrigues, da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, entre outros convidados.
Durante sua fala, Lula destacou a importância do setor e criticou a inatividade prévia das indústrias, afirmando: ‘Estou aqui para recuperar a indústria naval brasileira, mas quem deixou um estaleiro dessa magnitude parado deveria ser responsabilizado pelos prejuízos à população brasileira.’
Impacto das Embarcações e Geração de Empregos
As seis embarcações, do tipo ORSV (Oil Spill Response Vessel), são projetadas para atividades de controle de vazamentos em alto-mar. Serão construídas pela CMM Offshore Brasil e posteriormente repassadas para a Petrobras. O investimento total destinado à construção dessas embarcações é estimado em R$ 2,58 bilhões, com um prazo de quatro anos para a conclusão e 12 anos de operação para cada contrato. A construção vai gerar mais de 5,4 mil empregos diretos e indiretos, com a exigência de 40% de conteúdo local nos componentes utilizados.
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Fonte: vitoriadabahia.com.br
Magda Chambriard ressaltou a importância deste reinício, afirmando: ‘Só para lembrar vocês, nós ficamos 8 anos sem que a Petrobras fizesse uma única demanda à indústria naval brasileira. O que estamos retomando é inestimável.’
Avanços em Contratações e Renovação da Frota Naval
De acordo com a presidente da Petrobras, a empresa já avançou na contratação de 44 das 48 embarcações que estão planejadas para serem fabricadas no Brasil, em estaleiros diversos. Os barcos são de porte médio a grande, com mais de mil metros quadrados de área útil. Um estudo do Ministério de Minas e Energia (MME) aponta que a renovação da frota naval brasileira poderá gerar até 44 mil empregos e atrair R$ 23 bilhões em investimentos.
As embarcações que serão fabricadas na Bahia contarão com um sistema de propulsão híbrida, que incorpora motores elétricos e baterias, além de geradores movidos a diesel e biodiesel. Essa tecnologia permitirá uma redução de até 25% nas emissões de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa.
Outros Investimentos no Setor Naval
Durante o mesmo evento, o Ministério de Portos e Aeroportos anunciou um investimento adicional de R$ 611,7 milhões para a construção de 80 embarcações, que visam expandir as atividades no setor naval e aquaviário. Desse total, R$ 550,5 milhões virão do Fundo da Marinha Mercante (FMM). Este financiamento é estimado para gerar mais de 2 mil empregos diretos, com quatro embarcações já construídas e três em processo de fabricação.
O FMM é um fundo gerido pelo governo federal que apoia a renovação e o reparo da frota azul do Brasil.
Retomada das Fábricas de Fertilizantes
A Petrobras também anunciou a reabertura das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia e de Sergipe (Fafen-BA e Fafen-SE), com atividades programadas para iniciar em janeiro. Essas unidades terão a responsabilidade de produzir amônia, ureia perolada e ARLA-32, em um contrato que inclui também a operação dos Terminais Marítimos de Amônia e Ureia no Porto de Aratu, em Candeias, na Bahia.
O investimento para a reativação da Fafen Bahia é de R$ 38 milhões, com expectativa de gerar 750 empregos diretos. Valores semelhantes são esperados para a Fafen de Sergipe. Juntas, essas fábricas, junto à Araucária Nitrogenados S.A (ANSA) no Paraná, representarão 20% de toda a produção de fertilizantes consumidos no Brasil. Uma nova unidade em Mato Grosso visa aumentar essa produção para 35% da demanda nos próximos anos, conforme informado pela presidente da empresa.
Parcerias e Projetos Futuros na Bahia
Além disso, a Petrobras e o governo da Bahia assinaram um protocolo de intenções que permite à estatal usar o canteiro de obras de São Roque do Paraguaçu para o acostamento de plataformas de petróleo. Nesse local, as plataformas passarão por um descomissionamento parcial, e há planos para uma possível reconstrução futuramente, criando novos empregos na região. O protocolo também inclui a utilização de parte do canteiro para apoiar a construção da Ponte Salvador-Itaparica.