Escola Quilombola José de Aragão Bulcão Brilha em Premiação Internacional
A Escola Quilombola José de Aragão Bulcão, integrante da Rede Municipal de Ensino de São Francisco do Conde, fez história ao conquistar o 1º lugar no prêmio “Meu Pátio é o Mundo”. Essa iniciativa, realizada em parceria com a Organização Mundial para a Educação Pré-Escolar (OMEP) e a Fundação Arcor Brasil, visa reconhecer boas práticas em Educação para o Desenvolvimento Sustentável, destacando instituições que cuidam da educação na primeira infância em países da América do Sul, como Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai.
O projeto premiado, intitulado “O Quintal do Meu Quilombo”, destaca a importância da sustentabilidade, da ancestralidade e dos saberes tradicionais da comunidade quilombola do Monte Recôncavo. A proposta valoriza o conhecimento legado pelos mais velhos, incluindo práticas como o uso de chás e métodos que respeitam a circularidade, fundamentadas em valores civilizatórios africanos, promovendo a continuidade entre gerações.
Veronice Francisca, coordenadora pedagógica e idealizadora do projeto, afirma que essa iniciativa fortalece os laços entre passado, presente e futuro da comunidade. “O projeto valoriza a sustentabilidade, a ancestralidade e a circularidade, conectando o que vivemos hoje com as tradições do passado”, ressalta Veronice.
Um Marco para a Educação Quilombola
Na fase inicial da premiação, o projeto enfrentou concorrência de diversas iniciativas de diferentes estados brasileiros, mas conseguiu destacar-se ao ser selecionado entre os dez finalistas e sendo o único representante da Bahia na disputa. Para Veronice, essa vitória é fruto do trabalho conjunto da escola, das crianças, das famílias e de toda a comunidade quilombola, que se engajaram ativamente na construção dessa proposta pedagógica inovadora.
A premiação foi dedicada a Dona Jandira, uma das figuras mais respeitadas e idosas da comunidade quilombola do Monte Recôncavo, cuja experiência e sabedoria foram fundamentais para dar “corpo e alma” ao projeto. Seu legado enriquece o diálogo entre tradição, educação e sustentabilidade, mostrando que a valorização das raízes e saberes tradicionais é essencial para o desenvolvimento de uma educação realmente inclusiva e sustentável.
