Eleições 2026: A Chapa Estratégica de Jerônimo Rodrigues
Com o ciclo eleitoral de 2026 se aproximando, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, está montando uma estratégia robusta para sua reeleição. A proposta é inédita para o estado: a criação de uma chapa majoritária que conta com a presença de dois ex-governadores como pré-candidatos ao Senado Federal: o atual ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o senador Jaques Wagner. O governo estadual, com o apoio do presidente Lula, também intensifica sua agenda administrativa por meio de grandes investimentos em mobilidade urbana em Salvador, incluindo a construção de uma nova Rodoviária, a ampliação do metrô, o avanço do VLT do Subúrbio e o ambicioso projeto da Ponte Salvador–Itaparica.
A Força Histórica da Composição Política
A articulação liderada por Jerônimo Rodrigues visa formar um bloco político forte, capaz de unir a base governista, minimizar dissidências internas e aumentar o alcance eleitoral tanto na capital quanto no interior. A presença simultânea de Rui Costa e Jaques Wagner na chapa é vista, nos bastidores, como uma manobra de grande efeito simbólico e prático, reunindo três gerações de líderes do mesmo espectro político.
Rui Costa, conhecido por seu acesso direto ao Palácio do Planalto e sua robustez na coordenação política do governo federal, traz uma forte capacidade de interlocução nacional. Já Jaques Wagner, que possui um sólido capital político no eleitorado baiano e uma longa história de articulação partidária, é reconhecido como um dos principais responsáveis pela construção do projeto político que governa a Bahia há quase duas décadas.
Para Jerônimo Rodrigues, essa estratégia não se limita apenas à reeleição; é uma forma de consolidar um plano de sucessão política que prioriza a estabilidade e a continuidade administrativa. A expectativa é transformar a força da chapa majoritária em um impulso eleitoral significativo para o Executivo estadual, reduzindo assim o espaço para o crescimento da oposição.
Salvador: O Palco das Políticas Públicas
No que diz respeito à gestão, o governo da Bahia elegeu a mobilidade urbana como um eixo central de sua narrativa administrativa em Salvador. A capital baiana concentra uma parte vital do eleitorado e serve como uma vitrine das políticas públicas estaduais, especialmente em áreas críticas como transporte, infraestrutura e integração metropolitana.
A nova Rodoviária de Salvador, que está sendo projetada para substituir o atual terminal, visa integrar diferentes modais de transporte e é um marco na reorganização logística da cidade. O plano inclui uma conexão direta com o sistema de metrô, o que promete aumentar a fluidez no deslocamento dos passageiros e mitigar os históricos gargalos de acesso à capital.
Além disso, a ampliação do metrô de Salvador figura como uma das prioridades estratégicas do governo, com novas estações e extensões de linha projetadas para atender áreas em expansão urbana e regiões que historicamente foram negligenciadas. O metrô, já reconhecido como o principal sistema de transporte de massa da cidade, é considerado pelo governo um dos legados centrais da gestão petista na Bahia.
Projetos Estruturantes: VLT do Subúrbio e a Ponte Salvador–Itaparica
Outro destaque na agenda de infraestrutura é o VLT do Subúrbio, que substitui o antigo sistema ferroviário e promete transformar a mobilidade ao longo da orla suburbana. O andamento das obras e as inaugurações de novas estações são vistos como símbolos de reconexão urbana e valorização de regiões que historicamente receberam poucos investimentos públicos.
Por sua vez, a Ponte Salvador–Itaparica é tratada como o projeto mais ambicioso do governo em termos de impacto regional. Considerada uma obra estruturante para a integração econômica do Recôncavo, do Baixo Sul e de áreas do interior, a ponte é frequentemente mencionada como um vetor de desenvolvimento logístico, turístico e industrial. Entretanto, o projeto enfrenta debates acerca de seu cronograma, financiamento e execução.
A persistência do governo em manter o projeto da ponte no centro de sua comunicação institucional sugere que ela exerce um papel crucial não apenas como uma obra física, mas também como um símbolo de um projeto de longo prazo para a Bahia, que visa solidificar a narrativa de continuidade, ambição administrativa e escalabilidade no horizonte eleitoral de 2026.
