Investigações Revelam Diálogo Comprometedor
A Polícia Federal está analisando um áudio que sugere que Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e a empresária Roberta Luchsinger estavam em negociações para firmar um contrato sem licitação no Ministério da Saúde. O objetivo seria fornecer medicamentos à base de cannabis ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Luchsinger, que já foi candidata a deputada estadual pelo PT, teve um mandado de busca e apreensão cumprido no dia 18 de setembro, durante uma nova fase da operação que investiga supostas fraudes em aposentadorias e pensões. Cabe destacar que a empresária é amiga de Fábio Luís Lula da Silva, o popular Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Conforme informações da Polícia Federal, Luchsinger prestou serviços de consultoria a Antunes, recebendo a quantia de R$ 1,5 milhão em cinco parcelas de R$ 300 mil. No entanto, as tratativas para efetivar o contrato com o Ministério da Saúde não avançaram, uma vez que Antunes acabou sendo alvo da investigação e teve seus bens bloqueados. As informações foram publicadas pelo jornal O Globo.
Diálogo Sugere Irregularidades
Um áudio de WhatsApp, enviado por Luchsinger a Antunes no começo deste ano, mostra a empresária defendendo a dispensa de licitação para o acordo pretendido com o ministério. “É contratação, sim. Ele sabe que é dispensa. É a nova lei das licitações, não sei se você já deu uma lida. Devido ao cenário de emergência, podemos criar um documento bem robusto pedindo a dispensa de licitação”, fala Luchsinger em sua mensagem.
Os indícios de que as fraudes no INSS estão conectadas a outros setores levaram o ministro André Mendonça, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), a solicitar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) forneça informações sobre processos que possam envolver a empresa de Antunes, que se destaca no fornecimento de canabidiol.
Documentos obtidos através da Lei de Acesso à Informação revelam que Antunes visitou o Ministério da Saúde em cinco ocasiões entre 2024 e 2025, sendo que em um desses encontros estava acompanhado de Luchsinger.
Posicionamento da Defesa
A defesa da empresária destacou que os negócios discutidos permaneciam apenas em fase inicial e nunca se concretizaram. Também foi enfatizado que a situação não está relacionada às investigações em curso sobre fraudes no INSS.
Os desdobramentos desse caso têm gerado grande repercussão e levantado questões sobre a ética e a transparência nas contratações públicas, especialmente em um momento em que o Brasil enfrenta desafios significativos na área da saúde.
