Desenvolvendo o Associativismo Empresarial na Bahia
No ano de 2025, o Programa Empreender destacou-se como uma das principais estratégias para o fortalecimento do associativismo empresarial na Bahia. Criado pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais da Bahia (Faceb), em parceria com o Sebrae, o programa atuou em 14 municípios, incluindo Feira de Santana, Santo Antônio de Jesus e Valença. O foco é promover organização, competitividade e desenvolvimento sustentável para uma ampla gama de empreendedores.
Mais do que simplesmente apoiar negócios, o Empreender se dedica à construção de redes de cooperação. Em 2025, essa abordagem se consolidou com a criação de dois núcleos temáticos que abarcam todas as associações participantes: Mulheres Empreendedoras e Jovens Empreendedores. Esses núcleos resultaram em eventos significativos, como o Encontro Estadual de Mulheres Empresárias e o Encontro Estadual de Jovens Empresários, que foram realizados com a colaboração integral dos consultores do programa. Tais encontros proporcionaram uma rica troca de conhecimentos entre participantes de diversas regiões do estado.
“O Empreender é uma ferramenta essencial para a transformação econômica e social. Quando o associativismo é bem gerido, os efeitos positivos se refletem nos negócios, nas cidades e na vida das pessoas”, afirma Cloves Cedraz, presidente da Faceb.
Resultados Concretos e Histórias de Sucesso
Os resultados do programa são evidentes por meio de histórias concretas e inspiradoras. “Trabalhamos com a lógica da organização e da cooperação. Em cada localidade, começamos ouvindo as associações e os empresários para criar núcleos que façam sentido para aquela realidade específica. Os resultados de 2025 demonstram que, quando os empreendedores se organizam, eles se tornam mais fortes economicamente, institucionalmente e socialmente”, disse Adriano Correia, coordenador do Programa Empreender pela Faceb.
Um exemplo notável é o núcleo de olarias em Jequié, que conseguiu formalizar um setor que antes operava de maneira informal e com práticas ambientalmente sensíveis. Com o suporte institucional, esses empreendedores avançaram em processos de licenciamento, firmaram Termos de Ajuste de Conduta e agora contam com assistência técnica do Senai para melhorar sua produtividade e competitividade. Em Macaúbas, o núcleo voltado à agricultura familiar revitalizou a feira local, transformando-a em um espaço de convivência e geração de renda, com a criação de um novo espaço para pequenos produtores.
Fortalecendo Setores e Criando Oportunidades
Em Valença, a atuação de dois núcleos na área da saúde reforçou o setor e ampliou o acesso da população a especialidades médicas que antes eram buscadas em cidades vizinhas. Já em Santo Antônio de Jesus, a união dos contadores no núcleo setorial da Associação Comercial e a formalização do núcleo de confeiteiras demonstraram o quanto a cooperação pode fomentar crescimento, visibilidade e novas oportunidades, incluindo a participação em eventos fora do município.
Feira de Santana também se destacou com avanços significativos. O núcleo de floristas, por exemplo, buscou novos fornecedores na Bahia, reduzindo a dependência de mercados externos. O núcleo de escolas particulares, por sua vez, tem atuado de forma integrada para reduzir a inadimplência e capacitar suas equipes, além de adotar soluções inovadoras como a energia solar. Em Barreiras, o núcleo de food trucks ganhou uma voz institucional, envolvendo-se em audiências públicas e se preparando para grandes eventos, como o Carnaval da cidade.
Casos emblemáticos se repetem em Jacobina, onde um centro de artesanato foi criado com apoio da Prefeitura; em Campo Formoso, onde um núcleo quilombola, formado em sua maioria por mulheres, foi fortalecido; em Miguel Calmon, com a organização do setor de saúde; e em Seabra, que reestruturou seu núcleo de oficinas mecânicas com base em missões técnicas regionais.
Empoderamento Feminino e Protagonismo no Empreendedorismo
Segundo Herriette Cedraz, presidente do Conselho da Mulher Empreendedora e da Cultura da Bahia (CMEC-BA), o programa é fundamental para promover a equidade e o protagonismo feminino. “O Empreender cria ambientes propícios para que as mulheres se fortaleçam como empreendedoras e líderes, proporcionando um espaço para compartilhar experiências, debater questões de gênero e expandir sua influência na economia local”, afirma.
Em 2025, o Programa Empreender reafirma que o desenvolvimento se constrói a partir do diálogo, da cooperação e da presença efetiva nas comunidades. Essa trajetória reafirma o compromisso da Faceb e do Sebrae em promover um empreendedorismo mais robusto, inclusivo e alinhado às realidades da Bahia.
