Festa de Olojá: Uma Celebração Cultural Imperdível
A quinta edição da Festa de Olojá – Senhor do Mercado ocorrerá nos dias 6 e 7 de março de 2026, na Feira de São Joaquim, situada na Cidade Baixa de Salvador. Este ano, as homenagens ao orixá Exu, conhecido como o guardião dos caminhos, serão estendidas por dois dias, uma novidade que promete enriquecer a experiência do evento, realizado pelo terreiro Casa do Mensageiro. O apoio da Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur-BA) é viabilizado através do projeto Agô Bahia, que atua no fortalecimento das religiões afro-brasileiras e incentiva o afroturismo na região.
Com um rico repertório musical e a participação de lideranças e seguidores do candomblé e da umbanda, a programação da Festa de Olojá 2026 foi revelada na noite de quarta-feira (17), durante o 2º Encontro de Terreiros, que teve como palco o Forte de Santo Antônio Além do Carmo, um dos marcos do Centro Histórico de Salvador. O primeiro dia, 6 de março, será dedicado à integração da manifestação religiosa no calendário de festividades populares da capital baiana, incluindo apresentações culturais, uma feira de empreendedorismo afro e uma deliciosa feijoada. No dia seguinte, o destaque ficará por conta do tradicional cortejo de Exu pela Feira de São Joaquim, seguido da roda de xirê, que evoca os orixás, além de atrações musicais que prometem animar o público.
Emocionado, o babalorixá Rychelmy Imbiriba, organizador do evento, comentou sobre a importância da celebração: “É uma grande alegria realizar essa festa dedicada a Exu, em um local sagrado para o povo de santo, como a Feira de São Joaquim. A Setur-BA tem apoiado nossa iniciativa, permitindo a realização de uma festa cada vez mais bela, tanto para baianos quanto para turistas que visitam nossa cidade”.
O superintendente de Promoção e Serviços Turísticos da Setur-BA, Celso Duarte, também destacou a relevância da parceria entre o Governo do Estado e a Festa de Olojá. “Esse apoio não é apenas um incentivo ao afroturismo, mas um reconhecimento e uma reparação histórica à cultura afro-brasileira, afirmando a Bahia como um território ancestral”, enfatizou.
A importância do evento vai além das festividades; para a ekedi Ana Santo Amaro, do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, a festa também reafirma o culto a Exu, que historicamente enfrentou preconceito. “Essa celebração de pertencimento, fortalecida pelo apoio do governo, é fundamental para o turismo étnico e cultural na Bahia”, afirmou Ana.
Durante o 2º Encontro de Terreiros, o clima de festa atraiu turistas de diversas partes do Brasil e até do exterior. Victor Saint, que veio do Paraná, compartilhou sua experiência: “Estava aproveitando o local e ouvi o som dos atabaques. Fui conferir e foi meu primeiro contato com o candomblé, uma experiência marcante”.
A turista inglesa Laila El Haddad também ficou impressionada. “Soube do evento pelo pessoal do hostel. A energia das pessoas e a beleza das vestimentas me chamaram muito a atenção”, disse ela. A Festa de Olojá se apresenta, portanto, não só como uma celebração religiosa, mas como um verdadeiro espetáculo cultural, atraindo cada vez mais visitantes interessados em conhecer a rica diversidade da cultura baiana.
