Ações da Casas Bahia em Queda Livre
As recentes decisões de aumento de capital e reperfilamento de dívidas causaram grande apreensão entre os investidores da Casas Bahia (BHIA3), resultando em uma queda expressiva nas ações da companhia na B3. Desde a abertura dos negócios na quarta-feira (26), os papéis da varejista mostraram um desempenho negativo, liderando as perdas no mercado financeiro brasileiro.
Por volta das 11h20, horário de Brasília, as ações da Casas Bahia estavam sendo negociadas a R$ 3,61, apresentando uma desvalorização de 11,08%. Durante a primeira hora do pregão, a situação foi ainda pior, com a queda alcançando 13,05%. O clima tenso entre os investidores é palpável, evidenciado pelo acompanhamento em tempo real da bolsa.
Decisões Estratégicas e Resultados Financeiros
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No dia anterior, 25 de outubro, a administração do grupo convocou assembleias de acionistas e debenturistas para deliberar sobre o aumento do capital autorizado e o reperfilamento das dívidas. Essa estratégia inclui a potencial conversão de debêntures em ações, um movimento que tem gerado debates acalorados no mercado.
Em paralelo, a divulgação do balanço do terceiro trimestre trouxe à tona um prejuízo líquido de R$ 496 milhões, fortemente influenciado pelas despesas financeiras. O vice-presidente financeiro da companhia, Elcio Ito, afirmou que a equipe está implementando várias iniciativas com o intuito de aprimorar a estrutura de capital da empresa.
Próximos Passos e Expectativas do Mercado
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Fonte: curitibainforma.com.br
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As assembleias estão agendadas para o dia 17 de dezembro. A reunião com os debenturistas discutirá a 10ª emissão de debêntures, enquanto a assembleia geral extraordinária (AGE), que reunirá os acionistas, abordará um aumento de capital que pode atingir até R$ 13,25 bilhões. Essa movimentação ocorre em um contexto onde, em agosto, a Mapa Capital se tornou a maior acionista da Casas Bahia após a conversão de R$ 1,40 bilhão em debêntures da série 2.
Reações dos Analistas e Perspectivas Futuras
Apesar da queda acentuada nas ações, a reação dos analistas foi, surpreendentemente, positiva. Especialistas do banco Safra consideram que as novas medidas representam um esforço significativo da Casas Bahia para enfrentar as preocupações em torno de sua estrutura de capital. Em um relatório, os analistas Vitor Pini, Tales Granello e Renan Sartorio ressaltaram que a proposta de reperfilamento é bastante agressiva, pois alonga o prazo da dívida e reduz o prêmio.
Embora os termos da conversão ainda não estejam totalmente definidos, eles não descartam uma diluição relevante das ações. “Se o plano for bem-sucedido, isso pode possibilitar que a Casas Bahia retorne a um cenário de lucros”, afirmaram os analistas. Mesmo assim, o Safra mantém uma recomendação de venda (underperform) para o ativo BHIA3, com um preço-alvo de R$ 4,00 nos próximos 12 meses, o que indica um leve potencial de desvalorização.
Com as mudanças em curso e a resposta dos investidores, os próximos meses serão cruciais para entender a trajetória da Casas Bahia e o seu posicionamento no competitivo setor varejista.
