Seminário na ALBA Abre Espaço para Diálogo sobre Reparação
Salvador (BA) – O auditório da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) ficou repleto na tarde desta quinta-feira (06) com a presença de representantes do movimento negro, membros da sociedade civil, parlamentares e autoridades, todos reunidos para o Seminário da PEC 27/2024, intitulado “Reparação Econômica e Igualdade Racial: Caminhos para um Brasil Justo”. O evento foi promovido pelo deputado federal Márcio Marinho, do Republicanos da Bahia.
Este seminário destacou questões cruciais sobre políticas de reparação e inclusão social, reunindo autoridades, líderes culturais e especialistas em um debate aprofundado sobre o tema. A Bahia, sendo o estado com a maior população negra do Brasil, foi escolhida como sede das audiências públicas, que fazem parte do calendário da Comissão Especial da Câmara dos Deputados encarregada de analisar a Proposta de Emenda à Constituição 27/2024. O seminário não apenas reforçou a importância do estado na discussão sobre reparação histórica, como também consolidou sua posição como um dos principais polos de reflexão e mobilização sobre igualdade racial no país.
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No papel de anfitrião e 1º vice-presidente da Comissão Especial, Márcio Marinho sublinhou a relevância simbólica e política de a Bahia ser o palco desse debate. “É fundamental que a Bahia, que abriga a maior população negra do Brasil, promova um evento como este em novembro, mês que também celebra o Dia da Consciência Negra. Isso carrega um significado profundo. Desde que a Comissão foi instalada, temos realizado reuniões e audiências que são essenciais para a construção de um relatório sólido e responsável”, ressaltou Marinho.
Durante o seminário, diversos especialistas convidados apresentaram suas análises acerca dos impactos econômicos e sociais das medidas reparatórias propostas na PEC. Entre eles, a jurista Sílvia Cerqueira, uma figura proeminente nas lutas pelos direitos das mulheres e da população afrodescendente, destacou a necessidade de que os fundos de reparação sejam aplicados em investimentos que promovam a dignidade de indivíduos negros e pardos. “Esse fundo deve estar direcionado a ações que realmente façam a diferença na vida das pessoas. É essencial que sua aplicação traga segurança à trabalhadora, à estudante de direito, à técnica de enfermagem que reside nas periferias. Elas não podem continuar a esconder sua identidade, com medo do julgamento por sua origem, muitas vezes marcada pela falta de infraestrutura básica”, defendeu Cerqueira.
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Além disso, representantes da Secretaria Municipal da Reparação (SEMUR), da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Bahia (OAB-BA) e da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI) também estavam presentes, juntamente com outras instituições que se dedicam à temática da reparação e igualdade racial.
