Governador reforça papel mediador do Estado na segurança pública
Durante a apresentação de novos investimentos na segurança pública nesta terça-feira (4), o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, enfatizou a importância de o Estado atuar na mediação e não na violência. “O Estado não pode ser um Estado matador. Não pode. Não é o Estado que tem que fazer isso. O Estado tem que mediar”, afirmou Rodrigues, em referência à recente Operação Contenção, desencadeada pelas forças de segurança do Rio de Janeiro no dia 28, que resultou em 121 mortes, incluindo quatro policiais. Apesar da brutalidade do evento, a operação falhou em capturar seu principal alvo, Edgar Alves de Andrade, conhecido como ‘Doca’, ligado ao Comando Vermelho.
Na Bahia, em contrapartida, a Operação Freedom, realizada na mesma data, resultou na prisão de 35 indivíduos suspeitos de integrar o Comando Vermelho. A operação, coordenada pela Polícia Civil com apoio das polícias Militar baiana, Civil do Ceará e Federal, também culminou na morte de um homem não identificado, que, segundo as autoridades, não estava entre os alvos principais, mas era conhecido por supostamente organizar ataques a grupos rivais.
A morte desse indivíduo desencadeou uma onda de protestos no bairro Uruguai, onde manifestantes barricaram ruas com pneus e outros materiais, interrompendo o tráfego. A presença de policiais e bombeiros foi necessária para restabelecer a ordem, com um aumento no patrulhamento na área.
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“A mão forte do Estado precisa acontecer. Não vamos dar trégua ao crime organizado na Bahia. Mas minha ordem é que possamos cercar, prender e entregar [os investigados] à Justiça”, garantiu o governador Jerônimo Rodrigues, destacando a necessidade de uma abordagem mais cautelosa e responsável.
Desarticulação do Comando Vermelho é prioridade
Dentre os 35 detidos na operação Freedom, um casal é considerado de destaque na hierarquia do Comando Vermelho na Bahia. O homem, cuja identidade ainda não foi divulgada, é apontado como responsável pela organização do tráfico de drogas em Salvador e sua região metropolitana, enquanto sua companheira seria responsável pela gestão financeira da facção criminosa. Ambos foram localizados e detidos na cidade de Eusébio, no Ceará.
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Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, a Operação Freedom faz parte de uma investigação que teve início em 2022 e revelou que os principais envolvidos são suspeitos de participarem de pelo menos 30 homicídios ligados à expansão do Comando Vermelho em várias cidades da Bahia.
O delegado-geral da Polícia Civil da Bahia, André Viana, declarou que a operação teve sucesso ao desmantelar o núcleo armado e financeiro da facção, sem que houvesse feridos entre policiais ou civis. “Esta operação tem um viés de asfixia financeira e de apreensão de recursos financeiros da organização”, explicou Viana, mencionando que a Justiça ordenou o bloqueio de até R$ 1 milhão em 51 contas bancárias associadas aos investigados.
O secretário de Justiça e Direitos Humanos da Bahia, Felipe Freitas, elogiou a eficácia da inteligência policial na desarticulação de facções de alto poder ofensivo sem recorrer ao confronto direto como alternativa inicial. “Este é um exemplo concreto da nova doutrina de segurança pública que prioriza a preservação da vida”, afirmou Freitas, indicando que os resultados obtidos na operação contribuirão para esclarecer vários homicídios em Salvador.
Panorama da violência policial na Bahia
Dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), divulgados em fevereiro, revelam que a Bahia liderou o número de mortes por intervenção policial em 2022, com um total de 1.557. Em seguida, estão São Paulo (814), Rio de Janeiro (699), Pará (593) e Goiás (387). A soma de 6.121 mortes por intervenção policial em todo o país representa uma diminuição de 4,2% em relação ao ano anterior, mantendo a tendência de queda que se iniciou em 2021, após um aumento consecutivo entre 2015 e 2020.
