Bahia em Foco na COP30
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) será um marco com a presença da Bahia. O diretor-executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), Wilson Andrade, foi convidado a compor a delegação brasileira, representando o setor florestal. A comunicação oficial da Presidência da República confirma que os convocados atuarão como delegados, com acesso à Zona Azul, área administrada pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Andrade expressou seu entusiasmo: “É uma honra representar o Brasil em um evento tão relevante para o futuro do nosso planeta”. Este ano, mais de 30 mil inscritos de várias partes do mundo buscavam uma vaga na conferência, mas apenas 5% foram selecionados, levando em consideração sua trajetória e contribuição para a causa.
A COP30 acontecerá entre 10 e 21 de novembro em Belém, no Pará, e contará com um espaço dedicado a negociações, discussões técnicas e eventos paralelos. Serão realizados 286 encontros distribuídos em quatro auditórios nas Zonas Azul e Verde. Esses pavilhões reunirão representantes da comunidade brasileira e internacional para diálogos focados na luta contra a mudança climática, incluindo os 30 objetivos estratégicos da Agenda de Ação, as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e o Plano Clima. Na Zona Azul, temas como Floresta, Água e Bioeconomia: Inovação e Sustentabilidade para Enfrentar a Urgência Climática; e a relevância das florestas brasileiras no combate às mudanças climáticas estarão em destaque.
Oportunidade para o Setor Florestal
Para Wilson Andrade, essa é uma chance ímpar de ressaltar a importância do setor brasileiro de árvores cultivadas, que não só impulsiona a indústria, mas também contribui para a recuperação de 80 milhões de hectares de áreas degradadas, sendo 10% apenas na Bahia. “Nosso setor se consolidou como uma potência socioeconômica, equilibrando produtividade, conservação ambiental e inovação tecnológica”, reflete Andrade.
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Dados da ABAF mostram que as áreas de plantio no Brasil somam 10,5 milhões de hectares, enquanto o setor mantém 7,01 milhões de hectares de vegetação nativa, um espaço superior à soma dos territórios da Bélgica e da Suíça. Mais de 60% dessas áreas são certificadas por órgãos internacionais há mais de duas décadas. Na Bahia, 700 mil hectares são dedicados à produção, com 500 mil hectares preservados.
Impacto Econômico da Bioeconomia
O setor de árvores cultivadas é vital para a economia brasileira, representando cerca de 1% do PIB nacional e 5% do valor adicionado pelo agronegócio. Em 2024, o setor alcançou um recorde de US$ 15,7 bilhões em exportações, o que corresponde a 4,7% do total exportado pelo país. Projeções indicam investimentos superior a R$ 90 bilhões até 2029, solidificando a conexão com o futuro da bioeconomia.
O exemplo do setor florestal em bioeconomia ilustra como a plantação de árvores pode ser uma alternativa sustentável para o meio ambiente e a biodiversidade. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) enfatiza a importância do setor agropecuário na solução de problemas climáticos, destacando que das 166 NDCs estabelecidas, 141 incluem ações focadas na agricultura. A CNA reitera o compromisso do setor com práticas sustentáveis e com a implementação do Código Florestal.
Novas Metas e Compromissos Climáticos
Wilso Andrade reconhece que as mudanças climáticas demandam ações imediatas e significativas. “Estamos prontos para contribuir na COP30, na certeza de que os líderes devem se comprometer com um mundo mais sustentável. Agora é o momento de agir”, conclui, ressaltando a urgência das questões climáticas em pauta.
