Projeções de Inflação e Expectativas do Mercado
Pela segunda semana consecutiva, o mercado financeiro revisou para baixo suas expectativas em relação à inflação para 2025, reduzindo a projeção de 4,81% para 4,80%, conforme publicado no Boletim Focus do Banco Central nesta segunda-feira (6). Essa tendência de queda nas estimativas segue um padrão observado nas últimas semanas.
Quatro semanas atrás, a expectativa era ainda maior, com a inflação prevista em 4,85% para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a medida oficial da inflação no Brasil. Para os anos seguintes, as projeções indicam uma inflação de 4,28% em 2026 e 3,90% em 2027, refletindo um cenário de moderação.
Vale ressaltar que a estimativa de inflação para 2025 ainda supera o teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. Isso significa que a meta inferior é de 1,5%, enquanto a superior é de 4,5%.
Impactos na Prévia da Inflação
A prévia da inflação para setembro ficou em 0,48%, sendo impactada principalmente pelos preços da energia elétrica. Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou uma queda de 0,14%, e nos últimos 12 meses acumula uma alta de 5,32%, conforme informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A queda nos preços dos alimentos foi uma tendência notável, com recuo de 0,35% em setembro, que impactou a inflação em -0,08 pontos percentuais. Em agosto, a queda foi ainda mais acentuada, atingindo 0,53%.
A Taxa Selic e o Controle da Inflação
Para controlar a inflação e alcançar suas metas, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, que está fixada em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Essa taxa permanece a mesma há 15 semanas, conforme indicado pelo Focus.
As incertezas relacionadas ao cenário econômico global e os sinais de uma desaceleração do crescimento interno têm sido fatores determinantes para a manutenção da Selic na última reunião do Copom. De acordo com a ata da reunião, a taxa de juros deve permanecer em seu patamar atual “por um período bastante prolongado” para garantir que a meta de inflação seja atingida.
As previsões para 2026 e 2027 indicam uma redução gradual da taxa Selic, com estimativas de 12,25% e 10,50%, respectivamente.
Consequências da Selic Alta no Crescimento Econômico
Quando o Copom eleva a taxa básica de juros, a intenção é conter uma demanda aquecida e, assim, controlar os preços. A Selic mais alta encarece o crédito e incentiva a poupança, mas também pode dificultar a expansão econômica. Por outro lado, uma redução na taxa Selic tende a baratear o crédito, estimulando a produção e o consumo, o que pode trazer desafios para o controle da inflação e, ao mesmo tempo, incentivar a atividade econômica.
Projeções do PIB e do Câmbio
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o mercado financeiro mantém a projeção estável de 2,16% para 2025, assim como as previsões para os anos seguintes, que permanecem em 1,80% para 2026 e 1,90% para 2027.
Quanto à cotação do dólar, o Boletim Focus sinaliza uma expectativa de queda, prevendo que a moeda norte-americana feche 2025 cotada a R$ 5,45. Em edições anteriores, a expectativa era de R$ 5,48, e há quatro semanas, a previsão estava em R$ 5,55. Para 2026, o mercado projeta o dólar a R$ 5,53 e, para 2024, a R$ 5,56.